Sou uma cientista brasileira cuja trajetória revela diferenciais como originalidade e autonomia intelectual, pensamento sistêmico e transdisciplinar, resiliência acadêmica e impacto criativo.
Ao longo de mais de
três décadas atuando em universidades, principalmente brasileiras, construí
pontes sólidas entre ciência da informação, saúde pública, inovação tecnológica
e transformação social.
Minhas qualidades vão
além das métricas tradicionais de produtividade, expressando-se na capacidade
de propor soluções criativas e transdisciplinares para problemas complexos.
Concebi e lidero projetos como o "Biblioteca Viva" e o "Centro Brasileiro
de Referência em Informação em Saúde (CBRIS)"; desenvolvi metodologias de
síntese de evidências aplicadas à saúde pública; e estabeleci redes de
colaboração com centros de diferentes países.
Minha inserção global
é comprovada por convites como pesquisadora para atuar em países como Alemanha,
Chile, Índia, Uruguai e Espanha. Fui premiada na Tailândia pela Asian Health
Literacy Association (AHLA) por meu trabalho em alfabetização em saúde, tornando-me
a primeira não asiática a receber essa distinção. Tenho liderado articulações
com instituições multilaterais e pesquisadores de vários continentes.
Apesar do legado
construído, as perdas acadêmicas que tive foram reais, incluindo:
- Exclusão reiterada de reuniões estratégicas e espaços institucionais decisórios, limitando minha influência nas políticas institucionais e decisões importantes;
- Tentativas sistemáticas de alteração do espaço físico institucional a mim atribuído, como ameaças de ocupação da sala por outros docentes;
- Desqualificação profissional por meio de comentários depreciativos;
- Tratamento diferenciado em processos administrativos e seletivos, resultando em indeferimentos injustificados;
- Boicote constante e velado a iniciativas de cooperação internacional, evidenciado por omissões institucionais e respostas burocráticas desprovidas de interesse ou ação concreta;
- Desconsideração recorrente de propostas inovadoras e relevantes, reduzindo a capacidade de impacto acadêmico e social de minhas iniciativas;
- Comentários pessoais inapropriados sobre situação familiar ou afetiva, contribuindo para um ambiente de trabalho tóxico e emocionalmente desgastante;
- Desincentivo sistemático à denúncia formal em casos de assédio, promovendo impunidade institucional;
- Invisibilização institucional constante das contribuições acadêmicas, como ausência de reconhecimento público de méritos e realizações concretas no campo científico;
- Uso inadequado de argumentos administrativos para justificar decisões arbitrárias ou prejudiciais ao desenvolvimento profissional e acadêmico.
E, apesar de tudo
isso, contrariando todas as expectativas, sobrevivi. Enfrentei as adversidades
acadêmicas com uma estratégia silenciosa: enquanto muitos pediram demissão,
desistiram ou se calaram, eu produzi, orientei, publiquei, ensinei e inovei.
Criei linhas de pesquisa independentes, formei gerações de profissionais e
pesquisadores e mantive minha autonomia intelectual. Conciliei essa jornada com
a criação de filhos gêmeos — um feito que exige mais energia do que qualquer
avaliação institucional pode mensurar.
Hoje, já com meus filhos crescidos, estou mais pronta do que
nunca para empregar todo o meu potencial científico, intelectual e emocional. O
sistema acadêmico que tentou me silenciar e sistematicamente me oprimir já não
me intimida. Provei com ações — não apenas palavras — que sou um ser humano de
resistência e excelência. Meu conhecimento é meu legado — e isso ninguém será
capaz de me tirar. Agora, o que o futuro me reserva depende apenas do encontro
com mentes que ressoem com a minha e vibrem na mesma sintonia para construir
uma ciência em prol da sociedade e das populações mais vulneráveis,
contrariando interesses velados de diferentes naturezas.
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transformam estruturas conservadoras e retrógradas.